Dizem que o amor é cego, será? Acho que é sinceramente
transparente porque descortina o que é mais importante à essência do “ser”. O
que é cego é a forma egocêntrica de lidar com esse sentimento que não raro é
confundido com posse sobre algo ou alguém.
Tenta-se atrelar o amor à fragilidade das crenças humanas que
evidentemente mudam de acordo com a passagem do tempo, evolução dos processos
sociais, bem como do comportamento das pessoas que normalmente está
condicionado ao contexto cultural. É um equívoco pensar assim. O que se mantém
são os princípios universais do respeito mútuo, da honestidade, do senso de
justiça, da igualdade de direitos que nada mais é do que o amor em movimento.
O amor não muda, está
sempre presente, exatamente como é simples e sem preconceito, atravessando
fronteiras, quebrando paradigmas, nivelando diferenças, construindo paz.
O amor é a livre manifestação da alma que não estabelece
gêneros, etnia, raça, sexualidade, nem padrões de conduta, simplesmente
acontece, vibra no coração das pessoas emanando luz e anunciando vida.
Amar faz resplandecer o eu profundo liberando o que há de
melhor no individuo. É uma entrega sem reservas, sem cobranças, porque só ama
quem se ama, e sem sombra de dúvida se liberta.
Amar é conceber o que é distinto, o que é durável, o que
sobrevive a ilusão do visível, do palpável. É só permitir-se e deleitar-se no
prazer sereno deste sentimento energético e vitalizador.
O amor se basta, cria e recria o que for necessário para
sustentar a existência do espírito, revestido na humana condição de “ser”.
O amor não se limita a quereres nem a definições racionais, tampouco a desejos intransigentes e narcisistas. É a fluidez do que é nobre, belo,
límpido e verdadeiro, porque sendo estável, resiste às incoerências do
comportamento humano.
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