A esperança é uma âncora que nos sustenta nos terremotos da
vida e mantém acesa a fé que ilumina os nossos caminhos, sonhos e aspirações.
Ela atravessa as trincheiras construídas no campo de batalha das emoções
negativas transformando o medo devastador em coragem edificadora, a raiva
corrosiva na calma nutritiva e a tristeza mortífera em alegria produtiva.
É uma fonte de energia poderosa abastecendo as forças vitais da
natureza humana e preenchendo os hiatos formados pelas frustrações e perdas que
obscurecem a visão perceptiva em muitos momentos nesta vida de sistêmicas interpretações.
Invalida as sentenças psicológicas de crenças punitivas, e elastece
a consciência das possibilidades de cada dia que nasce e renasce com novas
perspectivas, tornando-se visíveis aos olhos esperançados, e crível para os
persistentes que conquistam a si mesmos e encaram as circunstâncias como uma
pedagogia do aprendizado de “ser” e “viver” .
A esperança cria uma aura de otimismo e contentamento,
fomenta a busca de novos horizontes nas jornadas individuais e coletivas, esclarece
o que está latente, subentendido na comunicação que circunscreve a vida humana
porque sugere paciência e atua no tempo devido sem enganos ou interrupções.
A palavra esperança por si só já intui o fato de que quem
espera sempre alcança como preconiza o adágio popular.
O que seria de todos nós sem esse canal de ligação entre o
corpo e a alma, entre a mente e o coração, entre a razão e a emoção, entre os
receios e a vontade de seguir?! Seriamos cegos e mutilados psiquicamente, sem
noção de quem somos e do nosso papel como co-criadores do processo da
existência materializada.
Como viver sem esperança numa vida tão relativa e impermanente,
que nos surpreende todos os dias mesmo tendo o privilégio do livre-arbítrio que
nos responsabiliza pelas nossas escolhas?!
Seríamos enlouquecidos e brutalizados pelas situações dolorosas, ficaríamos sem rumo num determinismo fatal de só ver o que a fisiologia ocular nos apresenta, exclusivamente um ponto na visão multifocal e transpessoal. Eis a grande contribuição deste sentimento/sensação/vibração, nos abrigar dos bombardeios daquilo que é passageiro, finito, destrutível e sonegador dos impostos espirituais frutos de uma vivência terrena sem a base fundamental do amor. Considerando que o amor é o catalisador de esperanças porque não desiste nunca apenas muda de foco, “viver sem amar é se privar da esperança de cada dia”.