domingo, 17 de fevereiro de 2013

O AMOR DESCONHECE PRECONCEITO



Dizem que o amor é cego, será? Acho que é sinceramente transparente porque descortina o que é mais importante à essência do “ser”. O que é cego é a forma egocêntrica de lidar com esse sentimento que não raro é confundido com posse sobre algo ou alguém.

Tenta-se atrelar o amor à fragilidade das crenças humanas que evidentemente mudam de acordo com a passagem do tempo, evolução dos processos sociais, bem como do comportamento das pessoas que normalmente está condicionado ao contexto cultural. É um equívoco pensar assim. O que se mantém são os princípios universais do respeito mútuo, da honestidade, do senso de justiça, da igualdade de direitos que nada mais é do que o amor em movimento.

O amor não muda, está sempre presente, exatamente como é simples e sem preconceito, atravessando fronteiras, quebrando paradigmas, nivelando diferenças, construindo paz.
      
O amor é a livre manifestação da alma que não estabelece gêneros, etnia, raça, sexualidade, nem padrões de conduta, simplesmente acontece, vibra no coração das pessoas emanando luz e anunciando vida.

Amar faz resplandecer o eu profundo liberando o que há de melhor no individuo. É uma entrega sem reservas, sem cobranças, porque só ama quem se ama, e sem sombra de dúvida se liberta.

Amar é conceber o que é distinto, o que é durável, o que sobrevive a ilusão do visível, do palpável. É só permitir-se e deleitar-se no prazer sereno deste sentimento energético e vitalizador.
O amor se basta, cria e recria o que for necessário para sustentar a existência do espírito, revestido na humana condição de “ser”.

O amor não se limita a quereres nem a definições racionais, tampouco a desejos intransigentes e narcisistas. É a fluidez do que é nobre, belo, límpido e verdadeiro, porque sendo estável, resiste às incoerências do comportamento humano.

Por ser lúcido, não se prende a tabus, perfura as camadas endurecidas do ego desconstruindo máscaras que escondem o que realmente faz sentido viver neste mundo de efêmeros encontros. O amor não se submete a leis, ele é o cumprimento das leis da vida, já que é a fonte que brota vida.